O que é autorregulação emocional e por que ela é essencial nos dias de hoje?

Entenda por que controlar suas emoções não é suprimir o que sente, mas aprender a regular de forma consciente e saudável.

Vivemos em um tempo marcado por excesso de estímulos, pressões sociais, multitarefas e incertezas constantes. Nesse cenário, muitas pessoas se sentem emocionalmente sobrecarregadas, com dificuldade para lidar com o estresse, a ansiedade ou os desafios do cotidiano. É aí que entra um conceito fundamental para o bem-estar: a autorregulação emocional.

O que é autorregulação emocional?

A autorregulação emocional é a capacidade de identificar, compreender e gerenciar as próprias emoções de forma adaptativa. Trata-se de um conjunto de habilidades que nos permite reagir aos acontecimentos com mais consciência e equilíbrio — sem reprimir ou ignorar os sentimentos, mas aprendendo a escolher como responder a eles.

Ao contrário do que muitos pensam, regular emoções não significa “ficar calmo o tempo todo” ou “pensar positivo”. Significa, sim, desenvolver recursos internos para lidar com as emoções — mesmo as mais difíceis — sem ser dominado por elas.

Por que isso é importante hoje?

Pesquisas mostram que pessoas com maior capacidade de autorregulação emocional:
• experimentam menos sintomas de ansiedade e depressão,
• apresentam melhor desempenho no trabalho e nos estudos,
• desenvolvem relações mais saudáveis,
• têm maior resiliência diante de traumas e perdas.

Em um estudo publicado na revista Emotion, da American Psychological Association, pesquisadores demonstraram que estratégias como reequilíbrio cognitivo (reavaliar uma situação de forma construtiva) e mindfulness estão associadas à redução do sofrimento psicológico e ao aumento do bem-estar subjetivo (Gross, 2014).

Além disso, crianças e adultos com boa autorregulação tendem a ter mais saúde física ao longo da vida, segundo estudos longitudinais (Moffitt et al., 2011).

Quais são os benefícios da autorregulação emocional?
• Redução do estresse e da ansiedade: aprender a reconhecer gatilhos emocionais evita reações impulsivas e ciclos de preocupação.
• Melhora da saúde mental: contribui para prevenir e aliviar sintomas de transtornos emocionais.
• Relacionamentos mais saudáveis: ao regular suas emoções, a pessoa se comunica melhor e lida com conflitos de forma mais empática.
• Maior clareza e tomada de decisões conscientes: a regulação ajuda a sair do “piloto automático” emocional.
• Resiliência emocional: ao longo do tempo, a pessoa desenvolve mais flexibilidade para enfrentar desafios e adversidades.

Como desenvolver essa habilidade?

A boa notícia é que a autorregulação emocional pode ser aprendida e praticada. Alguns caminhos possíveis são:
1. Educação emocional: aprender sobre as emoções, sua função e como se manifestam no corpo.
2. Mindfulness (atenção plena): treinar a presença no aqui e agora, observando pensamentos e sensações sem julgamento.
3. Técnicas corporais de regulação: respiração consciente, relaxamento progressivo, grounding (enraizamento).
4. Diálogo interno compassivo: identificar padrões mentais rígidos e substituí-los por pensamentos mais acolhedores.
5. Espaços terapêuticos seja ele individual ou em grupo: compartilhar experiências com profissional e com outras pessoas em ambiente seguro e estruturado favorece a aprendizagem emocional e o pertencimento.

Em resumo…

A autorregulação emocional é uma habilidade essencial para quem deseja viver com mais presença, equilíbrio e saúde mental. Em tempos de tanta instabilidade, desenvolver essa competência é mais do que um diferencial — é um caminho para o autocuidado, a saúde relacional e o crescimento pessoal.

Se você deseja conhecer mais sobre esse tema ou participar de um grupo com foco em autorregulação emocional, entre em contato. Será um prazer compartilhar esse caminho com você.

Referências (para rodapé do blog)
• Gross, J. J. (2014). Emotion Regulation: Conceptual and Empirical Foundations. In J. J. Gross (Ed.), Handbook of Emotion Regulation (2nd ed., pp. 3–20). The Guilford Press.
• Moffitt, T. E., et al. (2011). A gradient of childhood self-control predicts health, wealth, and public safety. PNAS, 108(7), 2693–2698.
• Aldao, A., Nolen-Hoeksema, S., & Schweizer, S. (2010). Emotion-regulation strategies across psychopathology: A meta-analytic review. Clinical Psychology Review, 30(2), 217–237.

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